Porque as coisas que amo parecem não caber no amor
Amo o aconchego das casas
E a maneira como os pés se procuram debaixo das cobertas
Amo a ciranda dos dedos sobre a pele
E o aroma dos poemas do Jorge de Lima
Amo o som de água
O cheior de chuva
O motivo do riso, não a risada
A beleza que põe mesa
O engano
A imperfeição
Amo o desejo de amar
O tédio de não querer nada
O anseio de tudo querer
Amo o cheio dos ouvidos
O jeito de falar
A maneira como se olha
Eu não sei dizer "te amo"!
Porque as coisas que amo parecem não caber no amor
Eu sei sentir "te amo"!